BELA VISTA

A comunidade de Bela Vista é composta de vários casebres de madeira sobre palafitas unidas por passarelas trêmulas.  Chloé fez a oficina de argila com as crianças reunidas em uma sala sobre uma palafita. Sucesso! Montamos o cinema, mas faltou um cabo. Daniel foi um herói ao fazer funcionar tudo graças às poucas ferramentas que trouxe consigo. Fizemos um drone sobre três botos cor-de-rosa que apareceram na água espelhada em frente à comunidade. Projetamos o filme Narradores de Javé da diretora Eliane Caffè e todos gostaram. Jantamos. Os pernilongos, completamente ausentes no Arapiuns, aqui ao contrário são abundantes e com sede de sangue humano, mesmo sem muito perigo de malária. Graças aos céus tínhamos os mosquiteiros comprados pelos organizadores da viagem antes de deixar Santarém. Daniel que tinha problemas com seu ronco forte que atrapalhava todos seus vizinhos de rede, foi dormir então na casa de João. Assistiu assim a um encontro com um pastor evangélico: toda a família de João reunida em volta de um celular que conectava e não conectava bem, por mais de uma hora. Choveu por 5 minutos. Depois lua e céu estrelado. Tracajás nos foram oferecidos, pegos na pescaria. (quinta 4/8) Na manhã seguinte o céu estava límpido como nunca tinha visto na Amazônia. Com Daniel longe, todos dormimos bem. Vimos estupefatos uma grande balsa de toras de madeira que descia o Paru empurrada por dois enormes rebocadores: é a primeira vez que vimos uma madeireira atuando no Paru, o rio que tem as mais belas árvores da Amazônia, samaúmas e angelins vermelhos de 90 metros de altura. João nos confirmou que a menos de um ano começou a destruição também desta floresta por obra de uma madeireira de Belém. Ficamos arrasados.