VILA FRANCA – ALDEIA ARAPYUN

Distância em barco de um município: 2 horas e 30 minutos de Santarém
Representante: Enoque Arapyun

Ao lado de Óbidos, Pinhel, Santarém e Cuipiranga, Vila Franca teve importante participação no movimento cabano de 1835 na região do Baixo Tapajós. A vila foi um ponto estratégico em função da sua posição. De seus elevados barrancos era possível avistar as embarcações cabanos e anticabanos vindas do Amazonas. Após o conflito que acabou na vitória dos anticabanos, a vila teve a cadeia da época das Missões religiosas reativada para aprisionar cabanos. Daquela época hoje resta a igreja que segundo informações dos moradores, está em processo de tombamento junto ao Iphan. 

 

Ventava muito. Ficamos parados até as 10h00 na Maria José. Saímos para o Arapiuns, mas não entramos no Canal Jari. Fomos direto ao Matá de Vila Franca, a extremidade do território de Vila Franca no rio Arapiuns onde o barco teria abrigo seguro. Seguimos de lancha para a aldeia para anunciar nossa chegada e organizar as atividades: Anna Claudia, André, eu e Dinho. Ondas grandes nos esperavam no Tapajós. Paramos atrás da antena do celular de Vila Franca e Dinho com dificuldades, retornou de lancha contra a correnteza. Havia uma festa no vilarejo. Filmamos um grupo de música e uma competição de pênaltis. Combinamos de entrevistar no dia seguinte, a Dona Terezinha. Seguimos para conhecer o presidente da aldeia não indígena, Evaristo. Há alguns anos várias comunidades estão trabalhando no resgate de suas culturas originárias, indígenas. Com isso, muitas delas têm duas lideranças representativas, uma indígena e uma “não indígena”, muitas vezes identificada como “evangélica”. No caso de Vila Franca são em torno de 40 famílias que se identificam como indígenas, mais de 50% da vila.

Depois de conhecer Evaristo, seguimos para o encontro na escola indígena Surara Benvinda, em homenagem à professora Benvinda. A palavra “Surara” que significa “Soldado” ou “Guerreiro”.

Lá encontro com Gedeão Arapyun. Gedeão me ajudou muito na pesquisa para escrever o calendário das Igrejinhas do Arapiuns 2020 em nheengatu que até chegou às mãos do papa Francisco. Voltamos pela trilha do Matá cheia de seringueiras e com árvores bonitas, uma caminhada de 25 minutos. (domingo 4/9) Acordamos cedo porque encomendamos uma carroça puxada por um boi nelore para nos levar do Matá até a escola, mas a senhora que vivia em uma das casinhas no Matá, informou aos carroceiros que nosso barco havia partido! Então… eles partiram. Por fim, fomos a pé com o professor Navarro. Chegamos à escola indígena e Pimenta começou as atividades de animação com a corda bamba para crianças. Aos poucos chegam o cacique Enoque, irmão de Gedeão e professor de nheengatu, Gedeão, sua irmã e as professoras da escola indígena. Navarro deu uma bonita aula de nheengatu no bosque da escola que terminou com o batismo  de todos os participantes com nomes em nheengatu. O encontro foi aberto com as crianças e professores cantando a canção “Chibé Puranga” em Nheengatu.

Em seguida, as crianças foram ao Gaia para uma apresentação de piano, com a Anna Claudia

Além de professor, Enoque Arapyun é um pintor de muita qualidade, e trouxe ao barco uma foto de uma de suas telas que retratava um indígena. (INSERIR A FOTO DO QUADRO). Eu e André fomos entrevistar Dona Terezinha (84) que nos contou várias histórias. Ela tinha de costume cuidar de filhotes de  papagaios que ficavam livres mas se comportavam como animais de estimação. Há algumas semanas teve que partir para a cidade em busca de tratamento de saúde e seus papagaios a seguiram pelo caminho até Manaus, porém, não retornaram. Já fazia uma semana que ela os aguardava de volta… 

Retornamos para o barco o Gaia e encontramos as crianças retornando contentes, após conhecerem o piano. Para muitas, foi a primeira vez que viram e experimentaram de perto o piano, e ainda: ouviram obras de Bach. Navarro fez uma aula de nheengatu e de tupi antigo para todos os viajantes do Gaia. Ficamos encantados.

Moradores

300

Famílias

60

Portadores especiais

1 (surdo/mudo)

Idosos

20

Morador mais velho

Dona Teresa (84 anos)

Existem músicos?

Possui escola na comunidade

Sim, Assunção (fundamental) e Surara (pré ao ensino médio)

Economia da comunidade

Artesanato, roça e pesca

Distância de municipio mais próximo

2 horas e 30 minutos de Santarém

A comunidade conhece a língua nheengatu: Sim: crianças e pessoas mais velhas
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